Alfabetizar-se significa adquirir o domínio das habilidades de ler e escrever, a partir daí o indivíduo passa a ser inserido no processo de igualdade com os demais.
Atualmente há no Brasil a alfabetização de jovens e adultos (EJA) que é uma compensação para as pessoas que não tiveram oportunidades de ir à escola, quando eram crianças. Então, inicia uma forma de inclusão social permitindo que o indivíduo interprete sistematicamente, confronte informação e reivindique, através de suas próprias iniciativas, sem ser conduzido por outras cabeças ditas inteligentes. Estando consciente nesta busca, da inclusão social, passa a estabelecer outra relação com o mundo.
Não saber ler e escrever deixa o indivíduo em desvantagem às demais pessoas , pois limita as oportunidades profissionais e até as relações pessoais.
É importante lembrar que é insuficiente dominar a leitura e a escrita , mas também é preciso empregá-las para promover a expressão e a comunicação.
Os alunos da EJA quando decidem em regressar a escola já adquiriram vários conhecimentos fora da sala de aula. Muitos destes alunos até sabem ler, escrever e fazer cálculos. Entretanto, tem dificuldades em interpretar textos e expressar raciocínio crítico sobre assuntos diversos.
A maioria dos docentes, que atende este público, não recebeu formação específica para ensinar alunos adultos a ler e escrever. Não se trata somente em transmitir conteúdo do programa de aula, é preciso muito mais do profissional.
Conhecer a realidade social do público, em questão, é uma das formas de resolver tal problema. Levar em consideração os conhecimentos extraclasses dos alunos para planejamento das aulas é outra maneira de promover o aprendizado. Se o profissional priorizar apenas o aspecto cognitivo sem valorizar a importância do aspecto afetivo (valores, socialização), não conseguirá aproximar-se dos discentes, resultando em situações conflituosas que não contribuirão para o aprendizado.
Apesar do que foi citado, anteriormente, o ensino EJA passa a fornecer novas ferramentas para que o aluno torne-se mais confiante e cresça profissionalmente.
Explorar a cultura local do aluno, que optou em retornar à escola, agora adulto, é outra forma de elevar a qualidade do ensino. A concepção de alfabetização depende da percepção do professor com cada aluno.
O EJA precisa ser dinâmico na construção social, fundamentado nas diferenças dos alunos e suas participações na sala de aula. Elaborar a escrita e a leitura, de forma que aprenda a ler, escrever, interpretar e desenvolver o raciocínio crítico são algumas das competências que se deve promover. O respeito à cultura deve ser valorizado, pois passa a somar com a experiência adquirida antes de freqüentar a escola.
Ao escrever este texto informo que, na minha época, não havia EJA, mas sim o MOBRAL. No ensino fundamental, freqüentei somente três meses quando tinha 8 anos de idade. Aos 22 anos, reiniciei com o MOBRAL. Formei-me em um curso universitário.
Neste final de ano, resolvi escrever sobre educação, porque entendo que é a partir dela, que mesmo não tendo nada, economicamente, é possível sermos respeitados como cidadão.
Agradeço ao Correio de Gravataí por ter me concedido o espaço para expressar minhas idéias por um período de 2 anos. Só resta desejar Feliz 2011 a todos da direção deste jornal e funcionários, e aos leitores, muito obrigado, até o próximo artigo.