O chimarrão era o adjetivo usado para indicar o escravo ou o gado que fugia para o mato e vivia solto (negro chimarrão, gado chimarrão), é uma palavra espanhola, “cimarrón”, para designar os animais domésticos que se tornavam selvagens e a plantas silvestres. Com o tempo o termo, passou a especificar o mate que era tomado natural, isto é, apenas com água quente ou fria (dependendo da região) sobre a erva mate pura, ainda verde sem ser torrada no início da descoberta da erva-mate, pelos brancos europeus, assim passou do adjetivo chimarrão para substantivo.
A origem da bebida erva-mate (chimarrão) está ligada aos hábitos dos índios Guaranis.Os locais que mais havia erva-mate eram nas proximidades dos rios Uruguai, Paraná e Paraguai, onde se propagava através dos pássaros de forma natural para as regiões missioneiras do Rio Grande do Sul e Argentina.
O primeiro contato com a erva-mate pelo homem branco foi por volta de 1554, pelo espanhol Domingos Martinez, quando o mesmo, deparou com uma tribo de índios Guaranis com muito vigor e saúde. O espanhol observou, que esses índios bebiam frequentemente da bebida erva-mate “caá” dentro de um porongo “caiguá” através de um caninho de taquara. O espanhol tomou da bebida junto com os soldados e obteve sucesso positivo, que o incentivou a levar a erva para Assunção onde estava imigrado o espanhol Domingos Martinez para presentear seus amigos e parentes. A erva não era produzida no Paraguai e com a aceitação da bebida pelos espanhóis, os mesmos passaram a usar os índios como escravos para transportar a erva-mate para Assunção, tendo com isso, uma fonte lucrativa no Paraguai, pois a erva-mate era transportada sem nenhum custo.
A igreja católica nesta época foi contra o uso da erva-mate porque a bebida era considerada sagrada pelos índios, principalmente pelos pajés e feiticeiros das tribos. Também nessa época era o auge de santa inquisição e a igreja não podia permitir que seus seguidores cristãos usassem uma bebida dita sagrada. Portanto, os religiosos aplicaram a pena de excomunhão a todos os cristãos que usassem a erva-mate.
Um frade dominicano chamou a atenção da igreja, que chamava de “erva do diabo” a erva-mate, pois era “afrodisíaca”, fazendo com que os cristãos desrespeitassem a castidade e tal fato demonstrou ainda mais o interesse pela erva-mate, para buscar melhor desempenho sexual.
No século XVII, com a chegada às missões dos jesuítas da companhia de Jesus, chefiada por Inácio de Loiola, percebeu que poderia melhorar a difusão da “erva do diabo” e tirar melhor proveito passando a produzir a erva-mate com melhor técnica.
A erva-mate foi um dos mais importantes produtos econômicos da historia do Paraná, e no Rio Grande do Sul os jesuítas deram um grande impulso, tanto em técnica de beneficiamento, armazenagem e desenvolvimento do cultivo da erva. A partir desse momento, a erva-mate pode ser atribuída como um dos produtos mais importantes na economia da região sul, sendo no Rio Grande do Sul a influência diretamente no tradicionalismo do gaúcho.
O objetivo principal do texto é demonstrar o contexto histórico da erva-mate e do chimarrão.
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