terça-feira, 10 de agosto de 2010

A origem dos índios que entraram para a História de Gravataí

O homem na América de acordo com Julio Cezar Melott (Índio do Brasil, 4ª ed., São Paulo).

Os índios não formavam um grupo homogêneo. Diferenciavam-se pela língua, os costumes, as crenças, as formas de organização familiar e social, as técnicas artesanais, enfim, variava de um grupo para outro.

Você só terá uma visão da história se conhecer a versão real dos fatos, que nem sempre corresponde com a versão oficial. Saiba criticar e questionar o que se diz nos livros, observe em que época foi escrito e por quem, a quem representava, para somente após chegar as conclusões finais.

Os índios tinham organização social, a divisão era através das famílias. Dividiam-se as tarefas de trabalho de acordo com o sexo e a idade. Em geral os homens se responsabilizavam principalmente pela proteção das mulheres, crianças e velhos e expedições guerreiras.

Em outro artigo eu citei porque os índios tiveram este nome, mas vou repetir o significado do nome. Tudo começou porque Cristóvão Colombo quando chegou na América em 1492, achava que tinha chegado nas Índias, por isso chamou os habitantes de índios.

Com a intenção de lembrar a história do município de Gravataí e seu aniversário em 08 de abril, não podia deixar de fazer referência aos índios do passado, que resultou o dia do aniversário da cidade de Gravataí.

Com o Tratado de Madri os Sete Povos das Missões seriam exterminados, com isso resultou na Guerra Guaranítica, sendo exterminados a maioria dos índios, e os que sobraram foram conduzidos para várias regiões do Rio Grande do Sul. Em Gravataí foram deslocados cerca de mil índios, em 08 de abril de 1763, passando a ser um marco histórico. No mesmo período também aqui em Gravataí se estabeleceram famílias açorianas. O que mais causa estranheza é que não há descendentes de índios aqui em Gravataí, sendo uma cidade que comemora seu aniversário com base histórica na vinda dos índios das Missões. Os índios foram explorados no início das mudanças religiosas, quando aqui chegaram. Além de estar em terra diferente da fronteira, perderam parte de seus hábitos aprendidos com os jesuítas, precisaram aprender o português, porque além da língua guarani sabiam o espanhol aprendido com os jesuítas, os quais pertenciam a Espanha até o Tratado de Madri em 1750 de direito. Os índios perderam as lideranças jesuítas, as instruções passaram a ser por pessoas leigas, ou seja, sem conhecimento religioso, atendendo uma determinação do Marques de Pombal. Para entendermos tudo isso é necessário voltar no tempo, e questionarmos o que houve no passado. A partir do que estava ocorrendo na época da vinda dos índios para Gravataí.

Para lembrar, 8 de abril de 1763 não é a data de emancipação da cidade de Gravataí, foi a data da chegada dos mil índios. É bom lembrar que nesta data não havia nenhum município no Rio Grande do Sul. O primeiro município do Rio Grande do Sul foi Santo Antônio da Patrulha, Porto Alegre, Rio Grande e Rio Pardo, a partir de 1809.

Gravataí foi emancipado de Porto Alegre em 1880, junto com Viamão. Portanto, ao dizer que Gravataí é mais velha que Porto Alegre, tem de ter ressalvas, quando falarmos. Assim como Viamão só foi ser município junto com Gravataí, a confusão foi que Viamão foi a primeira capital da Província antes de ser município, primeiro que Porto Alegre, portanto não falem por ouvir os outros falarem. Observe as duas datas no bandeira de Gravataí: 1763 e 1880.

A partir desta data estou a disposição para ministrar palestras sobre os temas: História do Rio Grande do Sul, História de Gravataí e Afro-brasileira.

Feliz aniversário cidade de Gravataí, pelos 247 ou 130 anos.



Sebastião Medeiros

é professor de História.

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